Vernissage íntimo
Menina, ouça você esse coração que bate
devagar e manso, é o de quem quer que o teu esteja assim também, suplicando
baixinho a vontade tua que nunca saiu de mim, pois cada passeio foi tentativa
frustrada, seja consciente. Larga a mão do que entristece, não dê vasão a cada
um que já de longe faz fosforescer a insignificância, prove a você que em
solidão pode tirar-me o juízo, rir do descontente... perto tens meus conselhos,
pedidos... atenda doce, mesmo nos dias em que não houver grandes novidades. A
liberdade caminha tão leve e eu te digo que pode voar, mas se escolher o chão,
chega e faz do meu colo teu refúgio permanente, deixemos falar nossos
impulsos... tudo aqui é poesia física.