domingo, 11 de setembro de 2011

Amélia?


    Ridículo é ver o conflito por orgulho daqueles que são inconsequentemente detestáveis, como um pianinho a badalar a mesma nota ou o rasgo na meia da moça do beco. Ai que raivinha do meu bobo, que medinho de não durar meu compromisso e de me perder num trecho meloso de opinião, se fosse séria não me serviria o riso e dos males o maior, para que haja deboche da desgraça e lição de casa resolvida. Ter orgulho de ser contemporânea e de levar dum jeito complexo, às vezes fácil, mas sempre efêmero, que eu não sinta e veja que o efeito surta, depois vou enlouquecer devagarzinho, atirar no poço raso, nadar para boque abrir os rostos. Ah, não se sabe o quanto é bom me reencontrar, respirar e me afogar na verdadeira essência, fervendo dum jeito renovado, dando adeus a tudo que seja medíocre e que empobreça minha alma, eu desligo a inutilidade, me quero bem, sempre me quis, só havia esquecido que de pouquinho em pouquinho caio num sono quase eterno e me descuido, ah que fraqueza a minha! Acordo com o beliscãozinho na pele e tudo certo. E quando domino o mundo é que viro do avesso de tal modo que me aplaudo de pé, sou minha amostra de incertezas, ideais rebeldes e mente viva, e viva eu! Todas as vezes que pular a rodear o bosque, porque as flores sou eu, mesmo que despetaladas.