quarta-feira, 1 de junho de 2011

Gris

    Caos. Imaginando o que lhe diria com um copo na mão e palavras fictícias, por dentro tudo ar, vento forte, brisa ausente, apenas a dúvida crudelíssima da eterna falta do que pensar. Lágrimas de pó desfizeram a sombra e a máscara derretida decepcionando-o, esvaziando as boas intenções e agredindo o coração pacato daquele que já não mais lhe servia nem de medo, nem de desgosto. Não lhe servia. O público atirando pedras, rindo do constrangimento provocado pela situação. E ela nua, despida de argumentos sem nada na boca, só o buraco da frustração, apenas a impressionabilidade. Até que num surto a voz conselheira lhe disse: “foge com teu desapego, mulher! Se descrê no amor guarda para ti, não corrói o músculo involuntário alheio porque ainda há aqueles recheados de doçura, com uma palha de querer e pretensão.”