sábado, 8 de fevereiro de 2014

tormento

corre do rio a água mais clara
meu pai deitado no chão
e a memória
da galeria o homem que nada
e se afoga
quando o outro lhe ativa a alma
é dolorido ser no mundo
como alguém que está para si
os outros soam
os outros são
os outros

e da minha janela
o cheiro da sala
o cheiro que sentia na sala
meu olfato
tão sábio
e desbota toda a infância
o olfato escuta
e desobedece