terça-feira, 15 de outubro de 2013

desce a abolição ou tiago

Tiago, te encontro na rua
mas em becos
os teus dentes sujos
e penso em limpá-los
e quero, Tiago, te abraçar
mais do que pôr a mão em teu ombro
por isso, Tiago,
te olho nos olhos
e pergunto, Tiago
em que circunstâncias tomas café da manhã.
Tiago, você e esse copo de café!
eu me esquivo, Tiago
mas sei que você gosta da minha voz...
você agradece, Tiago
mas se te agradasse, Tiago
te poria num lugar junto do peito
e se sentasse, Tiago
há tanta gente ruim nesse mundo!
falaria, então, dos meus prejuízos
sim, Tiago!
eu te arranjo dinheiro,
mas tenho problemas
porque, Tiago,
eu amo tão errado, Tiago
e sofro, Tiago
e sempre morro!
às vezes fumo, também
mas não desse teu cigarro.
se um dia te encontrar de novo, Tiago
eu sento, juro que sento
e conto tudo
mas tenho medo e pressa, Tiago (...)
aliás, você caminha tão devagar.