quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cadê o cais?

    Rasgou, descuidou, fez o que bem quis... culpa tua. Despachou com fervor toda a lembrança que havia dado e ele a observar pelo vidro, enquanto a distraída despenteia, penteia, desiste. Nota-o e baixando o vidro já mostra os dentes, olha e pergunta: “como vai?” ele desfaz-se logo da música que ouvia, dizendo: “vou bem e você?” ela dá-lhe um curto e doce “também” e não despedem-se. Embora. Os dois.
    No caminho a se perguntar irá vagando o moço, então pensa: “está bonita, corada, tem brilho nos olhos, causa do seu novo amor, ainda bem!”
    E na conversa vã até em casa, ela, para ocupar-se: “está pálido, aflito, triste, mal me sorriu, causa do seu novo amor, ainda bem!”