domingo, 26 de junho de 2011

Um abraço aos inimigos

    O inferninho ainda brilha, sabota meu coração, como se corrompe tua vitória. Flutuei enquanto dizia que queria te estrangular, pôr fogo nos panos que caíram em álcool, soltei a mão e tudo certo. Arranhões e o alívio por ter me amarrado tão bem, por ter tomado conta da parte mais seca do grito como tomou conta da criança louquinha que já fui. Andam me reprimindo, tentando dosar até meu silêncio sem nexo, eu quero é que todos traguem o veneno ácido, que se deliciem com o pão amassado pelo diabo e seus ajudantes, desejo a piscina seca, a bicicleta sem freio, o doce estragado e as desgraças mil que eles mesmos são. Quando me disseram tchau eu disse me aguardem, esperem profundo, direitinho, bonitinho... Todos assim, donos da sua própria robotização, bonecos programados, ventríloquos sem dono, queridos inúteis, resto da sopa de Mafalda. E se preciso for ponho minhas mãos nas bocas, entupo-as com a sobra das balas, e se preciso for esqueço-as, as faço sumir como fizeram com o prumo da minha lucidez.