sexta-feira, 10 de junho de 2011

Efêmera

Quero ser Pagu.
Trucidar a rotina trezentos e sessenta.
Borrar a boca de roxo sem desgosto do mundo padrão.
O sol sob a cabeça e a picada mortal chamada intolerância.
Quero os olhos mortos, os sonhos óbvios e as extravagâncias milenares que são.
Quero ser Pagu.
A transparência revestida, a boca-fossa, o palavrão grito de guerra.
Comunista de topo, feminista por poucas.
A história seca e mal contada, ofuscada pela cabeça de um tal vulgarmente chamado de seu. 
Bater com flores, jogar as cinzas em qualquer calçada abatida que me ofereça um copo rico de gás-sorriso.
Já disse que quero ser Pagu e outras mil.
Ser o que poder e também o que não.
Um pouco de Afrodite.
Mas, pena! Oh, pena!
Nasci homem.
E o "homem-nádegas".