terça-feira, 8 de dezembro de 2015

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Tem dias que estou tão chateada, me irrita a convivência e a dedicação. Aqui, me recordo de estar solta em 60, de fingir a mim mesma tragar um maço e na sequência, ainda de bituca nos lábios enxutos, jogar da fresta pela qual escapa luz, uma máquina de escrever. mas, "just because i lost, it doesn't mean i want it back". E vou passando. Já saí de festas ao menos incontáveis vezes desde tal data, e chorei no meio da rua feito um bezerro desmamado. só eu sei. Do momento em que você comunica sua dor, agonia, incômodo ou seja lá o que queira, as caras mais patéticas vão desdenhando, fingindo gratuitamente estarem ali. tão preocupadas. Todo e qualquer ser humano, por mais bem intencionado que se proponha a ser, nasce medíocre e desleal à seus próprios instintos e durante isto que chamam viver, nunca cumprirão nada de si. E abalam tanto verdades e impressões, submeter-se é sempre a pior escolha, em bocas selecionadas vamos nos machucando, de modo que, estar exposto é como girar tendo pago ficha infinita no carrossel. Chega ao ponto em que a culpa e o orgulho se confundem e se dilaceram, da mesma coisa, da mesma epifania. E perto de um coração lustrado das vantagens pelas quais se aprenderam a lidar e racionalizar o que se propõe incomum à teoria, vai ficando cada vez mais a intranquilidade, a busca por resgatar, atender o que se renuncia pelo prazer de dar-se do pedido mais simples às consequências mais bruscas feito uma queda de cabeça ao parapeito, à alguém, porque "o eu não é senhor em sua própria casa."